Deepfake é o termo usado para qualquer alteração em fotos, vídeos ou qualquer tipo de mídia que seja modificada de forma realista para propagar informações irreais.
O termo é uma mistura de “deep learning” e fake. Isto é, as alterações nas imagens são feitas a partir de um sistema de Inteligência Artificial (IA) utilizando o deep learning.
Como se cria uma deepfake
Os efeitos visuais computadorizados são usados pelo cinema desde o século passado. Desse modo, manipular imagem não é uma invenção atual.
O que difere é que a computação gráfica usada em filmes e jogos é extremamente cara e a deepfake pode ser criada por qualquer pessoa, com um computador doméstico.
Isso porque, há programas e aplicativos baseados em Inteligência Artificial que permitem essa criação. A tecnologia é baseada em deep learning, que é um subponto da IA para definir algoritmos que são capazes de reconhecer padrões tendo como base um banco de dados.
Para criar um vídeo de uma personalidade, é necessário colocar no sistema fotos e vídeos dessa pessoa. Quanto maior a quantidade de material melhor vai ser o resultado final.
A IA reconhece a partir desse banco de dados padrões como voz, movimentos, expressões do rosto e demais questões comportamentais. Assim, compreende como a pessoa se comporta.
Quando o sistema está com essas informações, ele é capaz de replicar movimentos e falas muito parecidas com a realidade.
A popularização das deepfakes e as questões legais
As deepfakes se tornaram mais populares no final de 2017 quando os rostos de celebridades famosas foram usados em vídeos pornográficos.
De lá pra cá, a IA foi usada para fazer vídeos de humor ou conteúdo político. Como os vídeos têm se tornado cada vez mais realistas, não é raro que alguém acredite que uma pessoa fez algo que não fez. Depois da mentira espalhada fica difícil voltar atrás.
No Brasil, não há uma legislação específica acerca das deepfakes. Contudo, é possível punir judicialmente quem faz o mau uso do recurso a partir de imagens não autorizadas e a consequência do conteúdo produzido. Cada caso deve ser analisado individualmente.
Fake news e o cenário eleitoral: Quais os impactos
Um dos usos mais frequentes de deepfakes é para produzir conteúdos que prejudiquem a imagem de políticos em um contexto eleitoral. Até bem pouco tempo e ainda hoje, isso era feito a partir de “correntes” de textos, as chamadas fake news.
As informações falsas se dão a partir de texto, áudio, montagem em fotos ou com vídeos manipulados que são propagados a partir das redes sociais e aplicativos de mensagens como o WhatsApp. Espera-se que nas próximas eleições presidenciais do Brasil, em 2022, haja alguma lei em relação às deepfakes,
Grandes empresas que lidam com a internet, como o Google, Facebook e Twitter já estão começando a pensar em medidas para reduzir a veiculação de vídeos falsos nas plataformas a partir de avisos e ferramentas para detectar vídeos que passaram por manipulação.
Certamente, este é um assunto que precisa ser discutido pelos governos, instituições e a sociedade no geral, já que possui grande impacto em assuntos decisivos, como a escolha dos representantes políticos.