Alguns psicólogos asseguram que estamos de certo modo nos embrutecendo e nos tornando um pouco menos inteligentes com o excesso de tecnologia que nos cerca e invade nossas vidas.
Nossas emoções menos pobres, nosso conhecimento menos profundo. Será que algum dia voltaremos ao normal?
OK, tudo bem. Estamos falando de tráfego. Ou seja, informação que flui de um lugar para o outro. Mas e se pensarmos em informações armazenadas?
Isso significa dados “parados” em algum lugar, prontos para serem consultados ou mesmo prestes a se tornar tráfego de informações. Bem, nesse caso os números são ainda mais estonteantes.
O Prof. Martin Hilbert, da Escola de Computação e Jornalismo da Universidade do Sul da Califórnia, juntamente com a Profª Priscila Lopez, da Universidade Aberta da Catalunha, produziram um interessantíssimo vídeo (em inglês) apresentando um estudo sobre quanta informação existe no mundo.
— Este foi o primeiro estudo a quantificar a habilidade da humanidade em lidar com informações e como essa capacidade mudou nos últimos 20 anos — explica Hilbert. — Considerando todos os dispositivos analógicos e digitais de armazenamento, a raça humana, até hoje, conseguiu armazenar 295 exabytes de informação.
Sim, este é um número com vinte zeros, só para se ter uma ideia.
Se cada estrela fosse um bit de informação, existiria uma galáxia inteira de informações para cada pessoa no mundo.
Mas mesmo essa quantidade gigantesca de dados seria equivalente a menos de 1% das informações guardadas nas moléculas de DNA de um único ser humano.
Até nosso vocabulário cotidiano já vem sendo invadido por novas palavras e conceitos. Alguns deles extrapolam fronteiras geográficas e culturais.
E a tendência é que essa torrente de novas terminologias nos envolva numa armadilha sem saída
Em termos históricos, pode-se considerar que o ano de 2002 representou o início da era digital.
Foi o primeiro ano na história do homem em que a capacidade mundial de armazenamento de dados em formato digital superou a capacidade analógica.
Mas isso cresceu assustadoramente rápido. Em cinco anos, ou seja, em 2007, cerca de 94% de toda a memória humana já estava em formato digital.
Nossas façanhas eletrônicas são notáveis, mas ainda temos um longo caminho a percorrer até chegarmos aos pés do que a natureza atingiu em termos de sofisticação nos projetos em hardware e software que compõem o mundo físico em que vivemos, em que raramente nos apercebemos das maravilhas que nos cercam, desde o microcosmo até o macrocosmo
O estudo apresenta uma impressionante quantidade de outros números igualmente estarrecedores, que podem ser vistos resumidamente no release preparado por Suzanne Wu, da “USC News”.
— São números bastante expressivos, mas ainda minúsculos em comparação à ordem de grandeza com que a Natureza lida com informações — analisa Hilbert. — Comparando com a Natureza ainda somos meros aprendizes.
No entanto, enquanto o mundo natural é estupendamente grande em tamanho, ele se mantém razoavelmente constante em seu gigantismo. Já a capacidade tecnológica mundial de processamento e armazenamento de informações está crescendo a taxas exponenciais.
Enquanto nossa compreensão do cosmos da informação continua a expandir-se, é crucial manter a perspectiva. A quantidade vertiginosa de dados que produzimos diariamente é impressionante, mas ainda é uma gota no oceano quando comparada com a imensidão do universo natural.
À medida que continuamos a avançar na era digital, é importante lembrar que nossa capacidade de gerar e processar dados é apenas uma parte da equação. Devemos também nos esforçar para usar essa capacidade de maneira responsável, lembrando sempre que o volume de informação que possuímos não é, por si só, uma medida de nossa sabedoria ou entendimento.
Em um mundo inundado de dados, talvez o desafio mais significativo seja aprender a filtrar o ruído, a encontrar significado no caos e a aplicar o conhecimento de maneira eficaz para melhorar a condição humana.