Será que você esta conversando com uma pessoa ou com uma maquina?
Essa pergunta não faria muito sentido se você estivesse frente a frente com o seu interlocutor, mas no mundo online, onde os textos são a principal forma de comunicação a resposta pode não ser tão obvia como se imagina, principalmente se do outro lado da conexão estiver o Cleverbot, um programa que conseguiu superar uma das principais provas de inteligência artificial, o Teste de Turing, proposto pelo cientista da computação britânico Alan Turing em 1950.
Um novo teste com o Cleverbot foi realizado em uma feira de tecnologia na Índia, onde 30 voluntários conversaram durante 4 minutos com um estranho. Metade dos voluntários falaram com seres humanos, enquanto a outra metade bateram papo com o bot (sem saber qual era qual). Todas as conversas foram exibidos ao vivo para o público da feira.
Os voluntários em seguida avaliaram a “humanidade” das respostas dadas pelo desconhecido, nessa avaliação o Cleverbot foi considerado humano por 59,3% das pessoas, enquanto os seres humanos de verdade ficaram apenas 4% acima do programa, 63,3%. No total, foram 1.334 votos.
O criador do Cleverbot, especialista em inteligência artificial Rollo Carpenter, explicou que o bot conversa tomando como referencia diálogos anteriores, elegendo respostas apropriadas as questões que são feitas. A versão online do software é mais básica que a usada nas provas, ela realiza três consultas aos bancos de dados antes de decidir o que responder, enquanto a versão mais poderosa realiza 42 consultas.
Isso não significa que o Cleverbot é capaz de pensar? “Minha resposta a essa pergunta é bastante inequívoca. Não, não significa Cleverbot está pensando”, diz Carpenter. “Alguém poderia argumentar que talvez haja um pouco de inteligência considerado o que está acontecendo no momento, mas acho que seria necessário distinguir a palavra pensamento de inteligência.”
Sobre a performasse do Cleverbot: “O problema parece estar no próprio teste que considera humano acertos superiores a 50%, mas claramente existe uma grande distância entre o Carpenter e um ser humano, nós provamos que é possível imitar a inteligência, o bot é capaz de “aprender” a partir de conversações anteriores, os seres humanos aprendem a partir de dados sensoriais, infinitamente mais ricos. Imagine um robot com técnicas de aprendizagens que tenham a capacidade de fazer o mesmo” disse Carpenter.
Se você quiser conversar com o Cleverbot, pode visitar a versão online do programa, mas lembramos que ela é menos poderosa que a oficial.
Obs. Disponível apenas em inglês.
[via NewScientist]